Janeiro/2012
Meu pai foi transferido no dia 01/01/2012 para o Hospital
Anchieta para uma possível cirurgia. Fiquei feliz ao chegar lá e saber que ele
teria uma chance de vida maior...
Feliz também fiquei em saber que esse Hospital é modelo e muito
respeitado aqui na região. Aliás já sabia disso, a muitos e muitos anos atrás
foi o único lugar que conseguiu descobrir o derrame pleural do meu pai. Claro, não tinha como não preocupar-me, sei
que qualquer cirurgia por melhor que seja havia riscos, imaginem a minha
cabeça sabendo que meu pai faria uma cirurgia do coração!!!???
Enfim, passei o dia inteirinho ao lado dele até que foi para
o quarto.
No dia seguinte fui visitá-lo e vocês não imaginam que
maravilhava era aquele lugar... Meu pai foi beneficiando com um quarto todo
novinho, amplo e melhor de tudo, limpo, nem parecia um Hospital Público.
Conheci a Dra. Priscila, médica cirurgiã Cardiologista, uma
fofa!!! A mesma avaliou a saúde do meu pai e realizou diversos exames
complementares.
Nessa época meu pai estava bastante esperançoso e mais do
que isso, acreditava que não sofreria mais. Conheci também a Nutricionista Dra
Kátia que tratou dele com carinho desde o princípio de sua internação... Ah,
como o meu velhinho ficou surpreso quando recebeu a sua primeira refeição
naquele lugar!!! Sopa de grão de bico, ele adorava... Comeu tudo e depois disse
que o sabor era muito bom e ainda completou dizendo...”- Nossa está até com
sal!!!” rsrs
Esse lugar abençoado tinha todas as especialidades à
disposição dele, pneumologista, demartologista, fisioterapia ... Todos tratando
dele com muito carinho e cuidados.
Não sei dizer o porquê, mas naquele lugar conseguia-me sentir
bem, creio que não tinha visões de pessoas sofrendo a todo instante, bem... Não
sei dizer ao certo, mas gostava de ficar ao lado do meu pai com mais
intensidade. Como estava de férias procurei ficar o maior tempo possível,
acompanhando inclusive todos procedimentos diários.
Uma semana depois, fui chamada pela Dra. Priscila para
conversar junto com a sua equipe. Naquele
dia fiquei sabendo que meu lindo não podia fazer a cirurgia, infelizmente os
médicos ficaram receosos devido ao aumento considerável do coração. Mesmo com
dois exames negativos da doença de Chagas, eles não quiseram arriscar e perdê-lo em uma mesa de cirurgia, mesmo porque, além de ser mais
invasivo havia a possibilidade de realmente ser essa doença. Disseram-me que esses exames não eram 100 por cento assertivos...
Contei para meu pai, tadinho!!! Meu coração ficou partido em
vê-lo triste, foi como se jogasse um balde de água fria na cabeça dele.
Desanimou e não conseguia entender aquela decisão dos médicos, por mais que eu
explicasse.
No dia anterior procurei a médica perguntei a ela da
hipótese do cilindro vir aqui para casa, assim evitando internações freqüentes.
Lembro-me que ela naquele momento não deu-me nenhuma posição, mas prometeu-me
verificar junto a sua equipe a melhor solução. Essa foi à única médica que de
fato viu a necessidade do uso continuo de oxigênio. Claro, para que ela pudesse
solicitar esse oxigênio, deveria ter em mãos exames comprovando o uso continuo,
portanto por diversas vezes colheu exames... E meu pai agüentou firme cada
picada de agulhas!!!
Enfim , no dia 11/01 ligaram do hospital pedindo para irmos
conversar com toda a equipe do PID (Programa de Internação Domiciliar), onde
foi passado todo o procedimento e orientações. Conversando com os médicos,
descobrimos que meu pai estava com a alta programada para o dia 16/01, porém meu
pai ficaria internado em casa com todos os cuidados necessários e todas as
especialidades a disposição dele. Infelizmente tinha um agravante, teríamos que
contratar uma pessoa maior de 18 anos responsável para acompanhá-lo diariamente.
As minha férias acabavam no dia 25/01, portanto voltaria a trabalhar, sendo assim não teria ninguém para ficar com o meu pai no período da manhã e tarde...Entrei em pânico... Como achar uma pessoa
responsável e idônea em pouco tempo??? Dúvidas surgiram, e sinceramente fiquei
mal, com muito medo de não conseguir alguém e assim ele continuar internado.
Contratar enfermeiras formadas, era fora da minha realidade,
o valor era caro e o tempo era curto!!!
Então meu namorado deu a idéia de colocarmos cartazes espalhados
aqui pelo bairro e anunciar na net. Foi o que fiz e deu muito certo, conversei
com algumas pessoas por telefone e outras até entrevistei, comecei a acreditar
que a dificuldade estava apenas na minha cabeça.
Com essa internação domiciliar, meu pai já sairia do
Hospital como usuário de oxigênio, portanto teríamos o cilindro aqui em
casa. Para nossa Glória, pensei ...Enfim conseguimos!!!
Esse meu velinho, bem na verdade não gostou da idéia,
não aceitava a idéia de ter alguém dentro de casa da qual ele não conhecia, ainda mais, alguém
para ficar somente olhando para cara dele. Apesar das suas dificuldades meu pai era muito esforçado, mesmo
precisando de ajuda tentava fazer tudo sozinho!!!
Conversei com ele seriamente, aceitou contra a própria
vontade, se bem que o desejo dele era mesmo vir para casa!!!
Logo mais voltarei e contarei a segunda parte.
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