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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Penúltimo capítulo - Dividos em 2 partes... 1º parte


Janeiro/2012 

Meu pai foi transferido no dia 01/01/2012 para o Hospital Anchieta para uma possível cirurgia. Fiquei feliz ao chegar lá e saber que ele teria uma chance de vida maior...
Feliz também fiquei em saber que esse Hospital é modelo e muito respeitado aqui na região. Aliás já sabia disso, a muitos e muitos anos atrás foi o único lugar que conseguiu descobrir o derrame pleural do meu pai.  Claro, não tinha como não preocupar-me, sei que qualquer cirurgia por melhor que seja havia riscos, imaginem a minha cabeça sabendo que meu pai faria uma cirurgia do coração!!!??? 
Enfim, passei o dia inteirinho ao lado dele até que foi para o quarto.
No dia seguinte fui visitá-lo e vocês não imaginam que maravilhava era aquele lugar... Meu pai foi beneficiando com um quarto todo novinho, amplo e melhor de tudo, limpo, nem parecia um Hospital Público.
Conheci a Dra. Priscila, médica cirurgiã Cardiologista, uma fofa!!! A mesma avaliou a saúde do meu pai e realizou diversos exames complementares.
Nessa época meu pai estava bastante esperançoso e mais do que isso, acreditava que não sofreria mais. Conheci também a Nutricionista Dra Kátia que tratou dele com carinho desde o princípio de sua internação... Ah, como o meu velhinho ficou surpreso quando recebeu a sua primeira refeição naquele lugar!!! Sopa de grão de bico, ele adorava... Comeu tudo e depois disse que o sabor era muito bom e ainda completou dizendo...”- Nossa está até com sal!!!” rsrs
Esse lugar abençoado tinha todas as especialidades à disposição dele, pneumologista, demartologista, fisioterapia ... Todos tratando dele com muito carinho e cuidados.
Não sei dizer o porquê, mas naquele lugar conseguia-me sentir bem, creio que não tinha visões de pessoas sofrendo a todo instante, bem... Não sei dizer ao certo, mas gostava de ficar ao lado do meu pai com mais intensidade. Como estava de férias procurei ficar o maior tempo possível, acompanhando inclusive todos procedimentos diários.
Uma semana depois, fui chamada pela Dra. Priscila para conversar junto com a sua equipe.  Naquele dia fiquei sabendo que meu lindo não podia fazer a cirurgia, infelizmente os médicos ficaram receosos devido ao aumento considerável do coração. Mesmo com dois exames negativos da doença de Chagas, eles não quiseram arriscar e perdê-lo em uma mesa de cirurgia, mesmo porque, além de ser mais invasivo havia a possibilidade de realmente ser essa doença. Disseram-me que esses exames não eram 100 por cento assertivos...
Contei para meu pai, tadinho!!! Meu coração ficou partido em vê-lo triste, foi como se jogasse um balde de água fria na cabeça dele. Desanimou e não conseguia entender aquela decisão dos médicos, por mais que eu explicasse.  
No dia anterior procurei a médica perguntei a ela da hipótese do cilindro vir aqui para casa, assim evitando internações freqüentes. Lembro-me que ela naquele momento não deu-me nenhuma posição, mas prometeu-me verificar junto a sua equipe a melhor solução. Essa foi à única médica que de fato viu a necessidade do uso continuo de oxigênio. Claro, para que ela pudesse solicitar esse oxigênio, deveria ter em mãos exames comprovando o uso continuo, portanto por diversas vezes colheu exames... E meu pai agüentou firme cada picada de agulhas!!!
Enfim , no dia 11/01 ligaram do hospital pedindo para irmos conversar com toda a equipe do PID (Programa de Internação Domiciliar), onde foi passado todo o procedimento e orientações. Conversando com os médicos, descobrimos que meu pai estava com a alta programada para o dia 16/01, porém meu pai ficaria internado em casa com todos os cuidados necessários e todas as especialidades a disposição dele. Infelizmente tinha um agravante, teríamos que contratar uma pessoa maior de 18 anos responsável para acompanhá-lo diariamente.   As minha férias acabavam no dia 25/01, portanto voltaria a trabalhar, sendo assim não teria ninguém para ficar com o meu pai no período da manhã e tarde...Entrei em pânico... Como achar uma pessoa responsável e idônea em pouco tempo??? Dúvidas surgiram, e sinceramente fiquei mal, com muito medo de não conseguir alguém e assim ele continuar internado.
Contratar enfermeiras formadas, era fora da minha realidade, o valor era caro e o tempo era curto!!!
Então meu namorado deu a idéia de colocarmos cartazes espalhados aqui pelo bairro e anunciar na net. Foi o que fiz e deu muito certo, conversei com algumas pessoas por telefone e outras até entrevistei, comecei a acreditar que a dificuldade estava apenas na minha cabeça.
Com essa internação domiciliar, meu pai já sairia do Hospital como usuário de oxigênio, portanto teríamos o cilindro aqui em casa. Para nossa Glória, pensei ...Enfim conseguimos!!! 
Esse meu velinho, bem na verdade não gostou da idéia, não aceitava a idéia de ter alguém dentro de casa da qual ele não conhecia, ainda mais, alguém para ficar somente olhando para cara dele. Apesar das suas dificuldades meu pai era muito esforçado, mesmo precisando de ajuda tentava fazer tudo sozinho!!!
Conversei com ele seriamente, aceitou contra a própria vontade, se bem que o desejo dele era mesmo vir para casa!!!

Logo mais voltarei e contarei a segunda parte.

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